A votação no Senado
está marcada para a tarde desta terça-feira, 28
Articulação de senadores para reverter a decisão da Câmara
que tirou o Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) das mãos do
ministro da Justiça, Sérgio Moro, colocou o Palácio do Planalto em alerta. A
articulação do grupo é capitaneada pelo próprio líder do PSL na Casa, Major Olímpio
(SP), e prevê a aprovação de uma emenda à medida provisória que reduziu o
número de ministérios no governo de Jair Bolsonaro.
O Planalto, porém, defende a aprovação da MP no Senado do
jeito que ela saiu da Câmara. O receio é que não haja tempo hábil, porque o
prazo de validade da MP vence na próxima segunda-feira, dia 3, e qualquer
alteração no texto obriga uma nova análise pela Câmara. A votação no Senado
está marcada para a tarde desta terça-feira, 28.

Nesta segunda-feira, 27, o porta-voz da Presidência da
República, Otávio do Rêgo Barros, reiterou a posição de Bolsonaro de defender a
manutenção do texto aprovado na Câmara. "O entendimento é o de acelerar o
processo de estruturação do governo", disse. O senador Flávio Bolsonaro
(PSL-RJ), filho do presidente, disse ao Estado que a intenção é votar o projeto
como ele veio da Câmara, pois não haveria tempo para mudança. "O Coaf vai
ficar onde está, mas vai ficar dentro do governo."
Caso a MP caduque sem ser aprovada pelas duas Casas, o
governo corre o risco de ter de voltar à configuração antiga da Esplanada dos
Ministérios, com 29 pastas - atualmente são 22.
Olímpio, no entanto, afirma ter 30 dos 41 votos necessários
para reverter a transferência. "O presidente já disse que, em último caso,
abre mão (do Coaf com Moro). Ele pode abrir mão de um direito, eu não abro mão
de uma obrigação", disse.
O líder do governo no Senado, Fernando Bezerra (MDB-PE),
esteve nesta segunda-feira reunido no Planalto com o ministro da Casa Civil,
Onyx Lorenzoni, e a líder do governo no Congresso, deputada Joice Hasselmann
(PSL-SP), para discutir a estratégia de votação. A avaliação é de que há votos
suficientes para aprovar a MP do jeito que a Câmara votou. "Avança o
entendimento do governo em apoiar o texto da Câmara", disse Bezerra após o
encontro.
Senadores que se declaram independentes já avisaram que
também não vão seguir orientação do Planalto. "Nós queremos o Coaf no
Ministério da Justiça para o governo combater a corrupção. A população quer o
Coaf no Ministério da Justiça para prender os ladrões, e este governo está se
aliando aos ladrões", disse Telmário Mota (RR), líder do Pros no Senado.
Na semana passada, a Câmara derrotou o governo e aprovou,
por 228 a 210 votos, a transferência do Coaf para a Economia. Além disso, a
Funai voltou à Justiça e o governo conseguiu que não fosse recriado novos
ministérios. Se a medida passar sem alteração no Senado, ela vira lei e pode
ser promulgada. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
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