quarta-feira, 8 de março de 2017

À espera de um transplante de medula, adolescente de PE faz vídeos para manter o bom humor

Aos 14 anos, jovem sofre de Aplasia Medular e precisa de transplante de medula óssea. Doadores podem se dirigir ao Hemope para fazer testagem.

ural da cidade de Flores, no Sertão de Pernambuco, Arthur Medeiros descobriu cedo o drama de viver em um hospital. Aos 14 anos, o estudante sofre com Aplasia Medular, disfunção da medula óssea que compromete a produção de plaquetas, e desde janeiro chama de casa o Hospital Português, no centro do Recife. Apesar da gravidade da doença e da frieza dos corredores hospitalares, o jovem não perdeu o bom humor. Para passar o tempo e animar quem se preocupa, ele adora fazer vídeos dançando e manda para amigos e parentes.  
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A história acontece pela segunda vez na vida de de Rafaella Medeiros, mãe de Arthur. Há nove anos, o filho mais velho da família descobriu a mesma doença e morreu aos 11 anos de idade. Para ela, descobrir a reincidência da doença foi um baque. “Eu não esperava que fosse acontecer novamente. Fiquei sem chão e meu mundo desabou. Por mais que a gente não queira, a gente volta ao passado e teme que as mesmas coisas aconteçam. Estamos mais fortes para encarar essa caminhada, que é longa, mas temos muita fé que venceremos”, disse.
Arthur lembra que, mesmo aos cinco anos de idade, precisava ser forte para enfrentar o desafio de ter um irmão na situação em que, hoje, ele próprio se encontra. “Mesmo pequeno, eu tinha muita fé, sempre tive. Eu faço vídeos engraçados para o pessoal ver que eu não estou muito abalado com tudo isso que está acontecendo comigo. Porque eu sei que é uma doença rara e que é difícil, mas eu procuro colocar o pé no chão, ter muita fé em Deus, que eu vou conseguir”, disse.
"Eu faço vídeos engraçados para o pessoal ver que eu não estou muito abalado com tudo isso que está acontecendo comigo. Porque eu sei que é uma doença rara e que é difícil"
A união entre mãe e filho faz parte da recuperação do paciente e serve de apoio para Rafaella, que também teve que ficar longe da filha mais nova. Júlia, de apenas cinco anos, vai ao hospital apenas para visitar e está morando com as tias, no Sertão, enquanto a mãe se dedica exclusivamente ao que mais precisa dela no momento.
Para ficar curado, Arthur precisa de um transplante de medula óssea. De acordo com a Secretaria de Saúde de Pernambuco, em janeiro deste ano, foram realizados 12 procedimento do tipo, no estado. A fila de espera é de 21 pessoas.
Com base nas leis de genética, as chances de um indivíduo encontrar um doador ideal entre irmãos (mesmo pai e mesma mãe) é de 25%. Apesar disso, ninguém da família de Arthur é um doador viável. A chance de encontrar uma medula compatível é, em média, de 1 em 100 mil.
Moradores da cidade onde a família mora se mobilizaram para encontrar um doador, viajando 40 quilômetros até Serra Talhada, também no Sertão. A chance de ficar bom pode vir de qualquer pessoa, desde que ela seja compatível.
Para fazer a testagem, qualquer pessoa pode procurar uma unidade do Hemope, para descobrir se é compatível com Arthur ou com outra pessoa que também precise de transplante de medula óssea. O telefone do Hemope é o 0800 081 1535.

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